oFrancês
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Espera!
- Eu estava passando e tomei a coragem para te admirar mais de perto
- este lugar está vago?
- obrigado
- eu sabia que você era gentil, educado
- Espera! Não vai!
- por favor, espera
- acredita na minha inocência
- acredita nos meus olhos
- Eu sei das coisas que não fazem sentido
- não quero te assustar, nem te fazer chorar
- mas quando olhei para você senti que te queria perto de mim
- poderia ser para sempre, ou até eu morrer
- Você acha isso estranho?
- talvez seja, mas paremos pra pensar em quantas coisas estranhas acontecem por ai
- você tem razão, talvez não tão estranhas quanto essa
- é como se eu não fosse me perdoar se não te falasse, entende?
- Eu apenas precisava dizer que eu senti, e que foi real
- precisava dizer que independendo de como você vai reagir, eu espero sempre o melhor de ti
- Eu espero que você olhe nos meus olhos e diga que sempre esperou por mim
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Olhar de Dentro
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Entrelinhas
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Tempestade
Essa escuridão disfarçada de infinito me rodeou tão severamente. Me fez esquecer dos meus pés que se movem em qualquer direção, fez esquecer das mãos que te sentem, te abraçam calmamente, entorpecem a alma, esvaziam o coração. Esse coração clichê de príncipe desencantado já não caminha mais na mesma imensidão de sonhos inalcançáveis. Agora ele se move, afasta a poeira, ergue do chão. Agora ele o vê, serenamente sentado no ponto alto, imóvel e alcançável, talvez encurralado pela impiedosa curiosidade de descobrir novos horizontes. Para quem pouco de quatro paredes havia visto, esse desejo seria impossível de não persuadir. Para quem muito já havia enlouquecido, esperança ainda havia em ouvir uma voz dizendo: “tempestade passou e podemos viver livres enfim”.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Cadeira Reservada
Andei pensando nos erros cometidos por mim. Em sentido restrito, eu cruzei os braços e esperei calmo, as luzes do seu coração se acenderem. Eu poderia ter me arriscado, mas fiquei sentado na sala do cinema, vendo créditos inúteis de um filme que já havia esgotado. Esperei. Esperei. Vendo créditos inacabados. Agora quero começar um novo filme, de temática distinta e pipoca recém preparada. Com uma placa escrito ao lado “Cadeira Reservada”. Sinta-se a vontade para assistir este filme ao meu lado, porque nessa sala, você é o único convidado. Espero que uma brisa, vinda de lugar nenhum, refresque os seus ouvidos com as palavras que sempre recito antes de dormir. “Será eterno enquanto durar, porque foi isso que decidimos. Será concreto enquanto sentir, porque é assim que a vida parece. Será meu enquanto você quiser, porque assim grandes amores acontecem.”
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Forca
E eu vou para a forca, construída com idéias minhas, sustentada por tristezas nossas, posta em praça pública, para entreter mentes maldosas, ansiosas a espera do meu fim chegar. Subo cada degrau sem ter medo de ser o último, minhas mãos roçam os pulsos que já estão cansados de se machucar. Chego ao ponto alto da plataforma. A corda morta, que grita risos ecoantes como de costume, mas que de alguma forma já não me incomodam mais os graves nem os gumes. No topo, o suor goteja das pontas dos dedos, nesse calor escaldante até o sol distante parece zombar dos caminhos feios que segui na vida, tortuosa e pensativa. Caminhos escolhidos que nunca me deram a chance de continuar vivo. Caminhos sem vida.