sexta-feira, 8 de julho de 2011

Parada Cardíaca




Estranhamente convincente me comunicar com uma imagem mentirosa, tão clara e tão nítida quanto as palmas das minhas mãos, se preparando para esmurrar o chão. Tudo parecia tremer a partir de um ponto, um ponto fixo, perto o bastante para me fazer paralisar de agonia, distante o suficiente para fazer a minha visão embaçar, minhas pernas tremerem, minha consciência falhar e eu? Eu Cair. Revirei as palmas em um leve esforço. Meus dedos estavam pesados, me puxavam para baixo com uma constante batida pulsante, onze corações eu tinha, mas sentia apenas dez, pois o mais importante deles havia morrido com o meu último suspiro, inocente e sufocante. Eu havia perdido o sentimento, o mais puro deles, o mais cuidadosamente guardado, o havia perdido para uma imagem mentirosa. Eu o perdi pela minha incoerência, mesmo sabendo o que fazia sentido, senti o meu amor sendo sepultado em cada grão de terra que nossa história gerou. Em sua lápide, eu escrevi, “aqui jaz o meu amor, morto por parada cardíaca, provocada por uma mentira”.

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