terça-feira, 5 de abril de 2011

Coloração incerta

Deveria ter me feito dizer,

você havia percebido de fato,

meu inconsciente te notar.

.

Não juntasses as idéias, me deixasses passar,

fugindo das palavras, desviando o olhar,

talvez não houvesse nada a dizer,

mas o simples fato de te mirar,

tornou o ato estrito,

como um contrato silencioso, unilateral e consentido.

.

Por um momento, o tempo parou!

Com som de arma, chorei,

nesse acaso maldoso e sem sentido,

vindo de onde nada vê, sentindo onde nada sente.

O fez paralisar, escorrer,

aquilo que antes batia sem fim,

e agora mancha o chão sem cortesia,

fez gritar até a alma, que amedrontada, queimava e ardia.

.

Tudo fugiu, até o amanhecer,

onde o último suspiro fez ofuscar, o que de nítido havia nessa passagem.

Um raio de sol, de coloração incerta, é o que se guarda,

onde já não bate mais vida, onde já não sente mais nada.

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